O glioma é um tipo comum de tumor com origem no cérebro. Cerca de 33 % de todos os tumores cerebrais são gliomas, que se originam nas células gliais que circundam e sustentam os neurônios no cérebro. Os gliomas se originam no cérebro e não são o resultado de um câncer que se espalhou (metastatizou) de outro lugar.
São chamados de tumores cerebrais intra-axiais infiltrativos, porque crescem dentro do tecido cerebral e frequentemente se misturam com o tecido cerebral normal. São classificados em subtipos de acordo com o tipo de célula glial envolvida no tumor, bem como com as características genéticas e moleculares do tumor, que podem ajudar a prever como o tumor se comportará ao longo do tempo e os tratamentos com maior probabilidade de funcionar.

Os tipos de glioma incluem:

      • Astrocitomas grau 2, 3 ou 4 ( IDH mutado )

      • Glioblastomas ( glioma grau 4, IDH selvagem )

      • Oligodendrogliomas

      • ependimomas

Sintomas

Os sintomas do glioma variam de acordo com o tipo de tumor, bem como com o tamanho, localização e taxa de crescimento do tumor.

Os sinais e sintomas comuns de gliomas incluem:

  • Dor de cabeça;
  • Náusea ou vômito;
  • Confusão ou declínio na função cerebral;
  • Perda de memória;
  • Mudanças de personalidade ou irritabilidade;
  • Dificuldade de equilíbrio;
  • Incontinência urinaria;
  • Problemas de visão, como visão turva, visão dupla ou perda da visão periférica;
  • Dificuldades de fala;
  • Convulsões, especialmente em alguém sem histórico de convulsões

Quais são os fatores de risco do glioma?

Não existe uma causa óbvia para o surgimento de um glioma. Eles podem ocorrer em pessoas de todas as idades, mas são mais comuns em adultos. Os gliomas têm uma probabilidade ligeiramente maior de afetar homens do que mulheres.

Diagnóstico

Se o seu médico suspeitar que você tem um tumor cerebral, você pode ser encaminhado a um especialista. Seu médico pode recomendar uma série de testes e procedimentos, incluindo: Um exame neurológico completo.

  • Durante um exame neurológico, seu médico pode verificar sua visão, audição, equilíbrio, coordenação, força e reflexos. Problemas em uma ou mais dessas áreas podem fornecer pistas sobre a parte do cérebro que pode ser afetada por um tumor cerebral.
  • Na suspeita de um tumor cerebral, o exame de escolha para avaliação é a Ressonância de crânio com contraste; Pode ser necessário complementar este exame com testes avançados de ressonância, como por exemplo: ressonância funcional, perfusão cerebral, espectroscopia cerebral, tractografia.
  • A análise das células tumorais é a única maneira de diagnosticar definitivamente um glioma, assim como serve para analisar mutações, e características genéticas desta lesão.

Tratamento

O tratamento do glioma depende do tipo, tamanho, grau e localização do tumor, bem como da sua idade, saúde geral e preferências.
O primeiro passo na maioria dos casos é a cirurgia. Além disso, quimioterapia e radioterapia cerebral podem ser necessário em alguns gliomas.
Muitos pacientes irão usar medicações para reduzir o inchaço cerebral (corticoide) e para prevenir crises convulsivas (anti-convulsivantes);

Cirurgia

A cirurgia para remover o máximo possível do tumor é geralmente a primeira etapa no tratamento da maioria dos tipos de gliomas.

Em alguns casos, os gliomas são pequenos e fáceis de separar do tecido cerebral saudável circundante, o que torna possível a remoção cirúrgica completa. Em outros casos, os tumores não podem ser separados do tecido circundante ou estão localizados perto de áreas sensíveis do cérebro e tornam a cirurgia arriscada. Nessas situações, seu médico remove o tumor tanto quanto for seguro.

Até a remoção de uma parte do tumor pode ajudar a reduzir os sinais e sintomas.

Em alguns casos, os neuropatologistas podem analisar amostras de tecido removidas por um cirurgião e relatar os resultados durante a cirurgia. Essas informações ajudam o cirurgião a decidir quanto tecido deve ser removido.

Uma variedade de tecnologias e técnicas cirúrgicas podem ser usadas para ajudar o neurocirurgião a proteger tanto tecido cerebral saudável, quanto possível, durante a remoção do tumor, incluindo cirurgia cerebral assistida por neuronavegação, ultrassom cerebral transoperatório, monitorização neurofisiologia trans-operatória, ressonância magnética intraoperatória, cirurgia com paciente acordado. Por exemplo, durante uma cirurgia no cérebro acordado, você pode ser solicitado a realizar uma tarefa com o objetivo de garantir que a área do cérebro que controla essa função não seja danificada

Radioterapia

Existem diferentes tipos de tecnologia usados em radioterapia para fornecer radiação para tratar tumores cerebrais.
Os efeitos colaterais da radioterapia dependem do tipo e da dose de radiação que você recebe. Os efeitos colaterais comuns durante ou imediatamente após a radiação incluem fadiga, dores de cabeça e irritação do couro cabeludo.

Quimioterapia

A quimioterapia é geralmente usada em combinação com a radioterapia para tratar gliomas.

Os medicamentos quimioterápicos usados com mais frequência para tratar gliomas é a temozolomida (Temodal), que é tomada na forma de comprimido.

Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo e da dose dos medicamentos que você recebe. Os efeitos colaterais comuns incluem náuseas e vômitos, fraqueza. Alguns efeitos colaterais podem ser controlados com medicamentos.

Reabilitação e Acompanhamento

Como os tumores cerebrais podem se desenvolver em partes do cérebro que controlam as habilidades motoras, fala, visão e pensamento, a reabilitação pode ser uma parte necessária da recuperação. Seu médico pode encaminhá-lo para serviços que podem ajudar, como:

* A fisioterapia pode ajudá-lo a recuperar habilidades motoras ou força muscular perdidas;
* Terapia ocupacional, que pode ajudá-lo a voltar às suas atividades diárias normais, incluindo o trabalho, após um tumor cerebral ou outra doença;
* Fonoaudiologia com especialistas em dificuldades de fala (fonoaudiólogos), que podem ajudar caso você tenha dificuldade para falar;
* Auxílio para crianças em idade escolar, que pode ajudar as crianças a lidar com as mudanças na memória e no pensamento após um tumor cerebral.

O acompanhamento após a cirurgia de tumor cerebral e durante todo o tratamento deve ser feito de maneira organizada, sistemática e rigorosa. É fundamental que o paciente faça consultas rotineiras com o oncologista, com neurocirurgião oncológico e com o clínico.
Também é muito importante que o paciente faça acompanhamento com nutricionista, com psicólogo ou psiquiatra e faça exercícios físicos de rotina.

O tratamento para Gliomas é sempre multidisciplinar e envolve vários aspectos.

Faça seu tratamento com equipe especializada.