Os meningiomas são os tumores intracranianos benignos mais comuns. Eles se originam das células da aracnóide, que é uma fina membrana semelhante a uma teia de aranha que cobre o cérebro e a medula espinhal. A aracnóide é uma das três camadas protetoras, coletivamente conhecidas como meninges, que envolvem o cérebro e a medula espinhal. As outras duas camadas das meninges são a dura-máter e a pia-máter. Embora a maioria dos meningiomas seja benigna, esses tumores podem crescer lentamente até ficarem muito grandes, se não forem descobertos e, em alguns locais, podem ser gravemente incapacitantes e potencialmente fatais. Outras formas atípicas de meningioma podem ser mais agressivas. A maioria dos pacientes desenvolve um único meningioma; no entanto, alguns pacientes podem desenvolver vários tumores crescendo simultaneamente em outros locais do cérebro ou da medula espinhal.
Tipos e Classificação
A classificação de tumores cerebrais da Organização Mundial da Saúde (OMS) é a ferramenta mais amplamente utilizada na classificação dos tipos de tumor. O esquema de classificação da OMS reconhece 15 variações de meningiomas de acordo com seu tipo de célula visto ao microscópio. Essas variações são chamadas de subtipos histológicos. Esses subtipos histológicos são organizados em três graus que geralmente refletem a taxa de crescimento e a probabilidade de recorrência com base nas características citológicas:
- Grau 1: tipo mais comum de meningiomas. São tumores benignos. Correspondem a aproximadamente 80% dos casos; Apresenta crescimento lento, deslocando o cérebro. Mais comum em mulheres do que homens;
- Grau 2: meningiomas atípicos, que representam 15% – 18% dos casos de meningioma. Apresentam aumento das anormalidades teciduais e celulares. Esses tumores crescem a uma taxa mais rápida do que os meningiomas grau 1 e são frequentemente caracterizados por invasão cerebral. Meningiomas atípicos têm maior probabilidade de recorrência do que meningiomas grau I.
- Grau 3: São meningiomas malignos e crescem a uma taxa mais rápida do que os meningiomas benignos e atípicos. Meningiomas malignos são os mais propensos a invadir o cérebro e recorrer com mais frequência do que os outros dois subtipos.
Prevalência e Incidência
Nos Estados Unidos, A taxa de incidência média anual é 8,6 por 100.000 pessoas, de todos os tumores primários do cérebro e da medula espinhal. Ainda não temos dados apurados da incidência no Brasil; Além disso, observou-se que essas taxas de incidência de meningioma é maior em mulheres e aumentam com a idade, com uma idade mediana ao diagnóstico de 66 anos.
Fatores de Risco
O risco de meningioma aumenta com a idade, com um aumento dramático após os 65 anos. Crianças de 0 a 14 anos correm o menor risco. A exposição à radiação ionizante, principalmente em altas doses, tem sido associada a uma maior incidência de tumores intracranianos, principalmente meningiomas, mas há também evidências indicando uma conexão entre meningiomas e baixas doses de radiação. O distúrbio genético Neurofibromatose tipo 2 (NF2) coloca as pessoas em maior risco de desenvolver meningioma. Pacientes com NF2 também podem ter maior probabilidade de desenvolver meningiomas malignos ou múltiplos.
Sintomas
Como os meningiomas geralmente são tumores de crescimento lento, eles geralmente não causam sintomas perceptíveis até que sejam bastante grandes. Alguns meningiomas podem permanecer assintomáticos por toda a vida de um paciente ou ser detectados inesperadamente quando um paciente faz um exame do cérebro para sintomas não relacionados. Os sinais e sintomas apresentados dependem do tamanho e da localização do tumor. Os sintomas variam conforme a localização dentro do crânio.
O sintomas mais comuns são: Dores de cabeça Convulsões Mudança de personalidade ou comportamento, déficit neurológico focal progressivo, confusão , sonolência, Perda de audição ou zumbido nos ouvidos, Fraqueza muscular, Náusea ou vômito, Distúrbios visuais
Diagnóstico
Pode ser difícil diagnosticar meningiomas por várias razões. Como a maioria dos meningiomas são tumores de crescimento lento e afetam principalmente adultos, os sintomas podem ser tão sutis que o paciente e/ou o médico podem atribuí-los aos sinais normais do envelhecimento. Além da confusão, alguns dos sintomas associados aos meningiomas também podem ser causados por outras condições médicas. O diagnóstico errado não é incomum e, de fato, pode levar vários anos para ser diagnosticado corretamente. Quando um paciente apresenta sinais de disfunção mental que aumentam lentamente, novas convulsões ou dores de cabeça persistentes, o primeiro passo deve ser uma avaliação neurológica completa, seguida de estudos radiológicos. Os principal exame é a ressonância magnética com contraste (RM).
Opções de Tratamento
Cirurgia
Os meningiomas são tumores primariamente benignos com bordas definidas. Isto pode ser útil na remoção cirúrgica completa, o que oferece a melhor chance de cura. O objetivo da cirurgia é remover completamente tumor. No entanto, em alguns casos a remoção completa pode trazer riscos potenciais que podem ser significativos, especialmente quando o tumor invadiu o tecido cerebral ou as veias circundantes. Embora o objetivo da cirurgia seja remover o tumor, a primeira prioridade é preservar ou melhorar as funções neurológicas do paciente. Com pacientes para os quais a remoção total do tumor apresenta risco significativo de morbidade (qualquer efeito colateral que possa causar diminuição da qualidade de vida), pode ser melhor deixar parte do tumor no local e observar o crescimento futuro com exames de imagem regulares. Nesses casos, o paciente será observado por um período de tempo com exames regulares e ressonâncias magnéticas.
Observação
A observação durante um período de tempo pode ser o curso de ação apropriado em pacientes que atendem aos seguintes critérios:
– Pacientes sem sintomas, com lesão pequena sem sinais de sofrimento cerebral.
– Pacientes com sintomas leves ou mínimos que têm uma longa história de outros problemas de saúde, o que dificulta o tratamento neurocirúrgico.
– Pacientes idosos com sintomas de progressão muito lenta.
– Pacientes para os quais o tratamento traz um risco significativo.
– Pacientes que optam por não fazer a cirurgia após receberem opções alternativas de tratamento.
Radioterapia
A radioterapia pode ser uma opção em alguns pacientes, principalmente nos casos de meningioma grau 2 ou 3;
Quimioterapia
Ainda hoje, não existe protocolos de tratamentos quimioterápicos comprovadamente eficientes e aceitos para meningiomas.